Bico de
papagaio em cães!?!
Definitivamente, ele não é mais o mesmo. Ele, que era tão alegre e
ativo, animado e brincalhão, hoje está no canto, apático. Levanta-se com
dificuldade, recusa-se muitas vezes a se movimentar e quando isso acontece,
parece que sente dor. Ao contrário dos seres humanos, esses não são os sinais de
que seu animal de estimação está com dor de cotovelo. Na verdade, a dor é um
pouco mais em cima e pode comprometer seriamente sua vida.
Na
terceira idade, o animal está mais sujeito a apresentar problemas na coluna e o
bico de papagaio é um dos mais comuns, principalmente se o seu pet for um cão
que tem a coluna mais comprida que o comprimento das pernas, como o dachshund, o
basset hound, o lhasa apso, o shih tzu, o pequinês e o beagle, ou se ainda ele é
um cão de trabalha muito solicitado, um atleta de agility muito malhado ou ainda
um cão de tração. O que chamamos de bico de papagaio na verdade são os
osteófitos ventrais das vértebras, que podem aparecer desde a coluna cervical
até a lombar. Os osteófitos são lesões do perióstio, membrana que reveste o
osso, provocadas por trações contínuas e repetitivas dos tendões e
músculos.
O bico de papagaio pode aparecer em qualquer vértebra onde haja inserção de ligamento de tendões e músculos onde ocorra tração, mais comumente na parte ventral e extremidade das vértebras. Essas trações dos tecidos moles (tendões e ligamentos) ocorrem em situações especiais:
• Animais que anatonicamente apresentam uma solidificação maior da coluna, que são os animais de patas muito curtas em relação ao comprimento da coluna
• A coluna é mais horizontal (e não e vertical)
• As patas muito curtas provocarem um movimento sempre de impacto sobre a oscilação da coluna no movimento.
Sempre que um quadrúpede anda, uma vez que sua coluna é horizontal, faz movimento para cima e para baixo, de flexão e extensão, permanente, a cada passo. Se o animal tem pernas curtas, o movimento tem impacto maior pois a angulação da pata não promove amortecimento do choque. Se a perna for mais alta, o amortecimento é maior e não ocorre esse impacto de um movimento de extensão a cada passo. Já se for curta, o impacto pode provocar, a longo prazo, uma periostite (inflamação do perióstio da região). Trata-se de um LER - lesão por esforço repetitivo -, um microtrauma que machuca a membrana continuamente. Para se defender, ela se inflama e além de aumentar de volume, se calcifica, produzindo um osso com forma de esporão para se defender. É a esse esporão ósseo que se dá o nome de bico de papagaio.
O bico de papagaio é doloroso, pois é um osso saindo da vértebra para os tecidos moles, inflamando-os, como se a espora fosse realmente um bico cutucando a carne por dentro. À medida que os esporões vão crescendo, aos poucos eles podem ir se agrupando, juntando o bico de papagaio de uma vértebra com a outra, formando uma espondilite, que deixa a coluna vertebral rígida, não permitindo o movimento entre uma vértebra e outra e causando muita dor, pois provoca uma inflamação dos tecidos muito intensa.
O animal pode ser operado caso se localize em uma região da coluna de fácil acesso cirúrgico e sua remoção consiste apenas em descolar o esporão do osso onde nasceu. Já em certos locais, como dentro da cavidade torácica, o acesso cirúrgico não é possível. O diagnóstico definitivo se dá com ajuda de uma radiografia, que aponta exatamente o tipo de lesão que o animal apresenta. Pela lesão associada à observação e sintomas (físico e funcionais), o veterinário poderá tomar uma atitude, que pode ser a operação, caso o bico de papagaio possa ser removido, ou um tratamento médico e fisioterápico com calor e duchas, caso a lesão esteja localizada em local não operável.
Fique de olho!
Assim como o bico de papagaio, os processos inflamatórios crônicos doem mais no frio e seus sintomas ficam mais evidentes. Isso se deve ao fato do calor provocar vasodilatação, que diminui o processo inflamatório.
Kit para seu cão com problemas na coluna
• Diagnóstico precoce - permite manter o cão com boa qualidade de vida, seja por meio de operação ou tratamento veterinário;
• Antiinflamatórios - o veterinário poderá receitar o remédio adequado para cada situação;
• Controle de atividade - proporcione ao animal atividades atléticas bem dosadas para não haver exagero. Animais não podem fazer exercício acima de suas capacidades físicas. Caso o animal apresente predisposição, diminua a quantidade de exercícios. Essa medida reduz o aparecimento de problemas, mas não impede. Animais que apresentarem problemas de coluna, devem ter sua rotina de exercícios interrompida;
• Dieta - o peso não pode aumentar, pois ele é sustentado pela coluna. Mantenha o peso constante.
Entre 7 e 8 anos, os
cães e gatos ficam mais vulneráveis aos problemas de artrites e artroses na
coluna e em outras articulações, gerando incapacidades de graus variados.
Artrite é a inflamação de uma articulação, cuja crise tende a desaparecer com o
uso de medicação. Já a artrose é uma articulação afetada cronicamente, uma
artrite que permanece e sempre piora. Trata-se de uma doença progressiva. A
medicação melhora os sintomas, desinflamando e tirando a dor mas não cura.
As artrites e artroses podem aparecer em qualquer articulação: nas coxofemurais (entre as coxas e a bacia), nos cotovelos e joelhos e até nos pulsos. As mais sérias, porém, são as artrites da coluna. Por causa da posição horizontal do animal, as artroses se manifestam pela formação de bicos-de-papagaio nas bordas das articulações entre as vértebras, provocando dor intensa. Algumas raças são mais predispostas, como o basset, o famoso salsichinha, que tem o corpo comprido e as pernas curtas. O tratamento é feito à base de anti-inflamatórios. Eles devem ser ministrados somente pelo veterinário, pois costumam agredir o organismo do animal. Hoje em dia já existem medicamentos que tentam promover a recuperação da cartilagem das articulações. Mas não funcionam bem nos problemas de coluna.
Na coluna, o grau máximo das artroses — chamadas de espondilite — é quando ocorre a fusão das vértebras pela ossificação das articulações, causando rigidez na coluna. O problema é mais freqüente e grave nos gatos, que têm uma atividade atlética maior que a dos cães. Os remédios quase não surtem efeito nos casos de espondilite e muitas vezes o animal tem de ser sacrificado, porque não tem condições de se movimentar e o sofrimento é intolerável.
Não existe um meio eficaz de se previnir a artrose nos animais. Alguns cuidados, porém, contribuem para que o problema não venha se manifestar em seu grau extremo. Deve-se cuidar para que o pet não engorde demais. O peso excessivo acentua a carga sobre as articulações. Também é preciso respeitar o ritmo de cada animal, não forçando-o a fazer exercícios além de sua capacidade.
O dono deve ficar atento à locomoção do animal. A qualquer sinal de dificuldade, o pet deve ser levado ao veterinário, para fazer um exame minucioso. Quanto mais cedo a artrose for diagnosticada, mais lenta será a sua evolução e menor será o sofrimento do bicho.
Pernas compridas funcionam como um amortecedor natural ao impacto provocado na coluna pelo andar do animal. Nos cães de pernas muito curtas em relação ao comprimento do corpo, esse impacto é bem maior. Por isso, algumas raças são mais suscetíveis do que outras à artrose. São elas: basset hound, teckel (dauchshund), beagle, cocker, pequinês, lhasa apso, shi tzu e yorkshire. Os pesadões como o mastim napolitano, e até o pastor alemão também costumam sofrer com problemas na coluna.
Se o cão ou o gato andam devagar, têm dificuldade para se levantar, se deitam com muito cuidado, como que “ajeitando” a dor, ou mancam, eles podem estar sofrendo uma crise de artrite.
Casos de compressão dos nervos emergentes da coluna podem levar à paralisia nas patas traseiras, fazendo com que o animal quase não consiga se levantar.
Fonte: http://www.agiliteiros.com/saude/coluna.htm (por Adriana Mori)
Por Oswaldo Luis Pasqualin- http://www.uol.com.br/focinhos/terceira_idade/
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